segunda-feira, novembro 27, 2006

Os Doutores Palhaços ...

Michael Christensen, nome desconhecido entre nós, foi o fundador e director do Big Apple Circus de Nova Iorque (http://www.bigapplecircus.org/About/Bios/MichaelChristensen/). Christensen, ou melhor, o palhaço Mr. Stubs como era conhecido, criou um grupo de artistas - a Clown Care Unit - treinados para visitar crianças nas enfermarias pediátricas há cerca de 20 anos (facto inédito até essa altura).

Michael esclarece que a Clown Care Unit (http://www.bigapplecircus.org/CommunityPrograms/ClownCare/) não foi uma ideia programada, que aconteceu por acaso.
Como? "Foi uma coisa que emergiu na minha vida em 1985, quando o meu irmão morreu de cancro. Era o meu único irmão e fiquei arrasado com a sua morte.
Então fiz o compromisso solene de servir a comunidade como pudesse e aí surgiu a ideia".
Deambulou pelos hospitais com o sentido de perceber quais eram as figuras de autoridade naquele contexto, percebendo imediatamente que eram os médicos.
Prossegue afirmando "voltei para o circo e com dois companheiros tentei arranjar formas de subverter e parodiar esse facto".
Foi assim que Mr. Stubs se transformou no Dr. Stubs com o curso de medicina mais rápido de sempre, o de fazer sorrir essencialmente as crianças doentinhas.

O Dr Stubs começou a visitar regularmente as crianças, dando inicio a um projecto-piloto de cinco semanas no mesmo hospital.
Refere Michael que "nessas cinco semanas aprendi muito do que sei sobre o trabalho dos palhaços no hospital".
"Nos primeiros dias, quando visitávamos uma criança, a seguir corríamos até à enfermeira e perguntávamos porque estava ali. Ao fim de um hora andávamos a arrastar-nos pelo hospital, desanimados. Resolvemos deixar de perguntar. Foi assim que percebemos que nós não estamos lá para resolver o que está errado com eles, mas para realçar o que está bem."

Foi deste projecto-piloto e de outros não menos importantes, como por exemplo os Palhaços da Alegria no Brasil, que em parte surgiu em Portugal a Operação Nariz Vermelho (http://www.narizvermelho.pt/pt/accao.html), onde trabalham equipas de "Doutores Palhaços" que habitualmente estão presente com as suas “consultas” semanais em oito hospitais: IPO de Lisboa, Hospital Dona Estefânia, Hospital Garcia de Orta (Almada), Hospital Santa Maria, Hospital São Francisco Xavier, IPO Porto, Hospital Pediátrico de Coimbra e Centro Hospitalar de Cascais.

O reconhecimento da Operação Nariz Vermelho concretizou-se com a atribuição do prémio
‘Hospital do Futuro’- venceu a categoria de "Serviço Social" - à Associação Nariz Vermelho que tem como objectivo destacar e galardoar as pessoas e organizações que mais contribuem para o desenvolvimento das instituições de Saúde, iniciativa do Fórum Hospital do Futuro .

Os Doutores Palhaços em Portugal trabalham em duplas e visitam semanalmente cada hospital, direccionando o seu trabalho para a amenização da relação das crianças com o ambiente hospitalar, utilizando técnicas pedagógicas e artísticas que estimulam e ajudam a elevar o estado de espírito, transmitindo mais confiança, optimismo e auto-estima às crianças e jovens internados, essencialmente nos serviços de Pediatria.


Está comprovado cientificamente que as visitas regulares dos Doutores Palhaços criam efeitos directos muito positivos (alegria, satisfação, contentamento, prazer) e efeitos positivos mais tardios (confiança, optimismo, elevação da auto-estima) não apenas nas crianças e jovens internados como também nos seus familiares e nos profissionais de saúde que aí trabalham (médicos, enfermeiros, assistentes sociais, educadoras de infância, auxiliares de acção médica), pois as relações criadas com todos os intervenientes ajudam a suportar harmoniosamente a hospitalização do utente pediátrico (criança, jovem e família).

E acreditem que é verdade pois já sorri e gargalhei, muitas vezes, na presença dos Doutores Palhaços!

Bibliografia:

http://jn.sapo.pt/2005/07/06/grande_porto/palhacos_ajudam_a_curar.html
http://www.medi.com.pt/medicom/outrosartigos_dentro.asp?id=291
http://www.praticahospitalar.com.br/pratica%2036/paginas/noticias%2036.html


sexta-feira, novembro 17, 2006

Esta é a história de um rapaz ...

Esta é a história de um rapaz chamado Declan Galbraith que nasceu no Reino Unido (Inglaterra) em 19 dezembro de 1991, dono de uma voz extraordinária http://www.declan-galbraith.co.uk/

quinta-feira, novembro 16, 2006

A violência na criança e a sua resposta agressiva ...


É sabido que a agressividade tende a gerar agressividade.
Na nossa sociedade, as vítimas da agressividade são geralmente os mais frágeis, logo as crianças, as mulheres e os idosos.
O meio familiar que deveria constituir o primeiro e o mais importante espaço de crescimento físico, intelectual, afectivo e moral de uma criança é também, em muitos casos, um espaço de violência, de ausência de afectos, uma vez que aumentam os casos de violência doméstica, provocada pelo álcool, pela instabilidade no sector laboral e pelos desequilíbrios afectivos (http://www.violencia.online.pt/).

Segundo dados da União Europeia:
- Uma em cada cinco mulheres sofreu maus tratos por parte do seu marido ou companheiro, pelo menos uma vez na vida;
- 25% da totalidade dos crimes violentos que chegam ao domínio público, dizem respeito a agressões perpetradas contra a mulher, pelo seu marido ou companheiro.

Num contexto em que as crianças assistem a actos de violência psicológica
(insultos, gritos, críticas permanentes, desvalorizações, ameaças de abandono) e/ou física (empurrões, bofetadas, tareias, queimaduras, mordeduras, pauladas) não é de estranhar que a criança manifeste sintomas que lhe reduzem a sua qualidade de vida, como a tristeza, a desmotivação, o isolamento, a apatia, os estados de ansiedade e melancolia, as alterações bruscas de humor e a agressividade (http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=4968).

Aquilo que os pais se questionam, em alguns casos, é como abordar uma criança excessivamente agressiva?

Perante uma criança que expresse uma agressividade excessiva, devemos compreender o contexto em que isso ocorre.
O primeiro passo é verificar se existe no seu convívio familiar e escolar, algum factor que esteja a estimular essa reacção agressiva.
Se esse for o caso, os adultos podem tentar orientar a criança a adquirir atitudes alternativas para resolver a situação, e se for necessário o próprio adulto poderá interferir na situação.

Em crianças que têm como característica pessoal uma força agressiva intensa, os pais podem proporcionar-lhes oportunidades de direccionar essa força para um caminho produtivo como actividades artísticas ou actividades desportivas.

Caso isso não se verifique, assim como nos casos em que a criança esteja triste, desmotivada, ansiosa, deprimida, peça ajuda ao médico de família da criança.
Ele saberá enviar o pedido para as equipas especializadas que funcionam no Departamento de Pedopsiquiatria e Saúde Mental Infantil e Juvenil (equipas constituídas por psicológos, médicos, enfermeiros, assistentes sociais) e que estão permanentemente de prevenção nos Hospitais da sua área geográfica.

Á violência doméstica, algumas vezes e não raras, acrescenta-se à violência dos meios de comunicação: http://www.ipv.pt/forumedia/3/3_fe5.htm

A falta de disciplina e de autoridade é também, em muitos casos, geradora de conflitos e violência, assim como a falta de uma cultura de afectos, onde os valores primordiais deveriam reinar.

Sabemos que muitos pais abdicaram das suas responsabilidades, fazendo da permissividade uma forma de agradar aos filhos.
A falta de tempo ou disposição para acompanharem os filhos na sociedade dita moderna, são compensadas pelo «laisser faire, lesser passer», o que em nada contribui para formar a personalidade da criança e do futuro jovem(http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1276171).

Daí a existência de comportamentos geradores de reacções de agressividade, por vezes, bastante excessiva, por parte essencialmente das crianças que são observados nas escolas, onde as crianças maltratam as suas colegas.

Segundo estudos efectuados pela Deco, 4797 crianças confessaram que transportaram para as escolas facas, canivetes, "sprays" e pistolas para se defenderem dos supostos agressores - vítimas da provocação agressiva- ou para a sua utilização como agressores - agentes da provocação agressiva - e 8226 confessaram ter sido vítimas de assaltos e roubos. (http://www.netprof.pt/netprof/servlet/getDocumento?id_versao=3578).

Bibliografia:

http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=4968

http://www.fersap.pt/fersap/modules.php?name=News&file=article&sid=456

http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=1400

segunda-feira, novembro 06, 2006

Na voz de uma criança ...

Questionamentos antigos na voz de uma criança do século XXI