Autismo infantil - Parte II
Causas do autismo:
-A influência genética (o factor com mais peso);
-A poluição do meio ambiente por tóxicos (metais pesados, tais como cobalto, cobre,estrôncio ou zinco);
-As grandes doses de antibióticos administrados nos primeiros 3 anos de vida.
Contudo, pesquisas mais recentes revelam que esta doença habitualmente é uma doença multifactorial (manifesta-se por vários factores) acontecendo 1 a 5 casos em cada 10.000 crianças, prevalecendo no sexo masculino.
Nas classificações internacionais (DSM-IV (APA, 1994) encontramos como maniifestações autistas:
- Síndrome de Rett
- Transtorno Desentegrativo da Infância
- Síndrome de Asperger
- Transtorno Generalizado do Desenvolvimento (não específicado)
Em Portugal, no entanto, a prevalência de autismo nas crianças do Norte do País é menos observada, sendo metade da verificada no resto do país.
Um estudo que envolveu investigadores do Hospital Pediátrico de Coimbra e do Instituto Nacional Ricardo Jorge - e que recebeu o Prémio Pfizer para investigações clínicas no ano de 2005 - estimava que existisse nessa altura, a nível nacional, um autista por cada mil crianças.
Contudo, existem fortes discrepâncias regionais. O facto de crianças autistas terem menor representação no Norte pode resultar de diferenças genéticas das populações.
Diagnóstico: É essencial o início de uma educação especial quanto antes, pois quanto mais cedo se inicia o tratamento, melhor é o resultado.
Não há testes laboratoriais ou de imagem que possam diagnosticar o autismo. Assim o diagnóstico deve feito clinicamente, pela entrevista e histórico da criança, sempre sendo diferenciado de surdez, problemas neurológicos e distúrbios mentais.
Uma vez realizado o diagnóstico, a criança deve ser encaminhada para um profissional especializado em autismo, o qual se encarregará de confirmar ou negar o diagnóstico.
Apesar do diagnóstico do autismo não poder ser confirmado por exames, as doenças que se assemelham ao autismo podem.
Assim vários testes e exames podem ser realizados com a finalidade de despistar outros diagnósticos.
Nestes critérios de diagnóstico não podem faltar, pelo menos, três manifestações: poucas ou limitadas manifestações sociais, habilidades de comunicação não desenvolvidas, comportamentos, interesses e actividades repetitivos.
Essas manifestações devem aparecer antes dos três anos de idade da criança.
Os tratamentos passam por uma estimulação e apoio constantes como forma de estimular e fazer com que a criança interaja com o ambiente, com as pessoas e com outras crianças.
Basicamente a técnica mais usada é a comportamental, além desta, alguns programas de orientação aos pais.Quanto aos procedimentos são igualmente indispensáveis, pois os pais são os primeiros professores destas crianças especiais.
Tratamentos:
Os medicamentos em algumas ocasiões são úteis, mas não podem mudar a perturbação subjacente, e ficam dependentes de cada situação clínica.
Bioquímico (alergias a comidas, medicação , alimentação e suplementos vitamínicos )
Neurosensorial (integração sensorial (SI) , sobre estimulação e aplicação de padrões , integração auditiva (AIT) , comunicação facilitada (FC) , terapias relacionadas com a vida diária).
Psicodinâmico (terapia de abraços, psicoterapia e psicanálises . Comportamentais (Ensaios Incrementais ( Lovaas) modificação do comportamento (ABA), TEACCH )
Intervenção através da Educação
NO METODO TEACCH, um dos mais usados, verifica-se a PARTICIPAÇÃO DOS PAIS INTERVINDO NA EDUCAÇAO ou Interagindo com o grupo de alunos e educadores.
A origem da Terapia Assistida com Animais (TAA) remonta a Inglaterra onde, no final do século XVIII, foi aplicada numa instituição, no âmbito do tratamento de doentes mentais ali internados. Em Portugal, a TAA começa a ser uma aposta forte, aplicada por exemplo em crianças com autismo ou Síndrome de Down, e no acompanhamento a idosos e adultos jovens com problemas diversos, quer funcionais, quer psicológicos, ou que, simplesmente, se sintam sozinhos.
DELFINOTERAPIA: ‘Doutores’ de barbatanas
O uso da "Terapia do Golfinho" para auxiliar no tratamento de crianças autistas ou com défices de origem mental aumenta a capacidade de aprendizagem destas. Além disso, psicólogos vêm adoptando esse tratamento com frequência nos últimos anos.
Actualmente os golfinhos estão ajudando crianças que sofrem de doenças como a surdez, o síndrome de Down e o autismo.
O caso mais curioso foi o de um menino britânico de oito anos de idade, Nikki Brice (1998), que nunca havia pronunciado uma palavra porque nasceu surdo. Após três dias de uma terapia especial com golfinhos começou a falar. A história de Nikki soma-se à de centenas de casos de melhoria espantosa obtida com o auxílio desses apaixonantes animais. O sucesso é tão grande que para receber esse tratamento em alguns centros de pesquisa americanos e europeus enfrenta-se uma lista de espera de até sete anos.
Para os médicos e psicólogos do Centro de Terapia Golfinho-Humanos de Miami, ainda não há uma explicação plausível para esse fenómeno. Uma das teorias em estudo, segundo o doutor David Nathanson, que dirige o centro, é a de que os golfinhos usam a sua exclusiva habilidade sonar para identificar desordens neurológicas nas pessoas. É sabido que esses animais têm a capacidade de emitir sons que, ao se refletir em objectos, voltam para eles e são captados pela sua mandíbula inferior, que transmite a informação sonora para o cérebro. Assim, o golfinho consegue formar imagens sonoras baseadas nas diferentes densidades dos materiais atingidos pelo som de seu sonar biológico. Para o neurologista David Cole, que trabalha na equipe de Nathanson, a energia contida nesses sons emitidos pelos golfinhos teria também a capacidade de cura. "É uma energia suficiente para fazer buracos na estrutura molecular de fluidos e tecidos macios", explica. "Então, uma hipótese que começa a tomar forma mostra que esses sons alteram o metabolismo celular do corpo humano, causando a libertação de hormônios e endorfinas, ou mesmo estimulando a produção de células-T (defesa imunológica)."
TERAPIAS COM CAVALOS PARA CRIANÇAS AUTISTAS
As crianças com transtornos de comportamento, dificuldades de aprendizagem ou problemas afectivos, entre elas, os autistas, são os que mais beneficiam da terapia equestre. Este tipo de tratamento deve ser feito sob a supervisão de uma equipa multidisciplinar, sendo o contacto com os cavalos capaz de produzir efeitos positivos que vão desde uma melhor coordenação motora, controlo da postura, concentração até à aquisição de várias competências.
MUSICOTERAPIA:
Nestas crianças, a musicoterapia também é muito importante.
Quem trabalha com crianças e jovens, essencialmente educadores, professores, terapeutas, auxiliares de acção médica, enfermeiros, médicos, psicológos, e outros técnicos sabe que os pais destas crianças referem que a fase mais crítica foi o "reconhecer" que o seu filho é uma criança autista, assinalando que a mesma foi a coisa mais traumática que já lhes aconteceu nas suas vidas.
Acontece que as pessoas têm a tendência a ver o autismo como uma grande tragédia, e os pais das crianças autistas experimentam um contínuo desapontamento e luto em todos os estágios do ciclo de vida da família e da criança.
Os pais manifestam dor que é normal, até que os pais se habituem ao facto de que o resultado e o relacionamento que eles estavam esperando, através daquela criança, não se vai materializar.
Mas esta dor pela criança normal fantasiada precisa ser separada da percepção da criança autista que precisa de adultos cuidadosos. O relacionamento destes pais pode ser muito significativo com a criança e com as pessoas que cuidam dela, se lhes for dada oportunidade. Atentar continuamente para o autismo da criança como a origem da dor é prejudicial tanto para os pais como para a criança e impede o desenvolvimento de uma aceitação e de um relacionamento autêntico entre eles.
Os pais terão que fazer mudanças radicais nas suas opiniões sobre o que o autismo significa para eles, para uma melhor convivência com toda a situação que irão vivenciar.
BIBLIOGRAFIA:
- Manual Merck
- Educação Diferente
- Associação Portuguesa de Investigação Educacional
- Raríssimas
- Diário de Notícias de 19/11/2005
34 Comments:
Olá Rosa Silvestre,
virei com calma ler o seu blogue.
Obrigado por ter colocado aqui este meu link!
Em breve disponibilizarei alguns artigos meus nos jornais sobre a diferença e o autismo no Aromas de Portugal, ou em blogue próprio sobre o tema!
Saudações
Mário Relvas
Obrigada pela visita ao meu cantinho!
Volte sempre!
Saudações.
Olá Rosa, mais um texto interessante na continuação da parte I. O autismo é uma doença muito estigmatizada na nossa sociedade, assim como algumas deficiências mentais nas crianças e jovens. A abordagem destes temas é de parabenizar!
Ainda tem parte III?
Bjinhos, joana santos
Olá Joana, por onde tens andado?
Este texto tem continuação, sim!
Falta a Parte III....como adivinhaste?!!!!
Bjinhos, e passa por cá mais vezes, já sei que estás em férias!
Parabéns pelo Artigo! Passei tb por aqui pois vou de férias de modo que a minha ausencia terá justificação!
Beijinhos e até logo preferencialmente bronzeado e bem relaxado!
Boas Férias, Sérgio!Bjinhos e aproveita bem o Sol!
Bom trabalho, este teu. Aliás como já é habitual, serem os teus.
Um abraço
Olá Rosa,
Muito úteis estas informações aqui colocadas. Muitas pessoas acabam deixando de ajudar seus filhos, não por falta de amor, mas de informação.
Te deixo um beijo e o meu carinho.
Olá Vítor,obrigada pela visita e pelo comentário gentil, como sempre!
Um abraço!
Rosinha gosto mesmo do trabalho que estás a fazer é muito interessante.
Olá, Rosa!
Esta segunda parte do artigo sobre o autismo está ainda mais rica (se tal é possível) do que que a primeira.
É sempre com muito interesse e prazer intelectual que leios estes teus textos.
Parece-me que ainda vais escrever mais sobre o tema: cá estarei! (mesmo em pausa)
Beijinhos
Olá Utília, ainda bem que gostas do trabalho que estou a fazer. Essa constatação por quem me visita é o melhor prémio que me podem dar.
Bjinho e volta sempre!
Olá Odele,
Obrigada pela visita e pelas palavras gentis. Beijinhos.
Olá, António!
Aguardo a visita para leitura do 3º texto. Volta sempre e BOA PAUSA!
Beijinhos
Olá Rosa!
Ambos os posts estão fantásticos e reflectem muito bem esta realidade - o autismo! Gostei de ler!
beijinho
Olá Susana, pretendo sempre que os posts reflictam a realidade, .....mas a realidade pode ser diferente de uma pessoa para outra dependendo da sua vivência com os temas.
Obrigada pela visita, volta sempre, bjinhos!
Bom dia. Sem dúvida excelente o trabalho aqui desenvolvido. Continua vale a pena vir cá para te ler. Boa semana.
Rosa,
Espero que as férias estejam a correr bem (apesar do tempo).
Um abraço
Olá kaskas:Continuem também o vosso trabalho, quase diariamente passo pelo kaskaedeskaska e vale sempre a pena a visita.
Uma boa semana também para vocês.
Que texto fantástico.
Muito elucidativo ! Parabéns.
Um beijinho
Olá e parabéns pelo post!
Uma temática muito interessante e exposta, como sempre, de uma forma agradável e pedagógica.
Parabéns, cumprimentos e façam favor de desculpar estas minhas ausências mas, existem ainda algumas "pedras" que tenho de colocar no local certo, para construir o castelo...
ENFERMAGEM XXI
Olá Rosa, o teu texto está fantástico. Trata-se de um artigo pedagógico (e disso percebes bem!) que se lê com agrado e satisfação, do início ao fim.Aguardo pela 3ª parte, se a tiver....Parabéns!
Beijito.Boas Férias!
Olá Grilinha, ainda bem que gostaste do texto! Volta sempre!
Olá Rosario, ainda bem que gostou. Aguarde pela 3ª parte, que está quase a ser publicada. Obrigada!
Beijito também para si.
Boas Férias!
Olá Enfermagem XXI e continua a construção do castelo....essa do castelo não a compreendo muito bem, desculpa a minha lourice!
Obrigada pelo simpático comentário!
Boas Férias!
Volta sempre!
Olá Rosa, este post está excelente!
Aguardo o 3º!
Abraço.
Olá Rosa, tudo bem? Acho o teu artigo bastante interessnte....espero pela 3ª parte!Bjinhos.
Olá Rosa Silvestre é a priemeira vez que passo por aqui e fiquei maravilhado pela quantidade mas sobretudo pela qualidade de posts que têm a ver essencialmente com a educação das crianças. Sou educador de infãncia e os temas que aborda neste cantinho prazeiroso são muito interessantes!
Voltarei!
Um abraço.
Bruno Sarmento
Olá Paulo, o terceiro post está no prelo, quase......... quase a sair!
Abraço!
Olá Margarida, a 3ª parte está quase a sait. Bjinhos.
Olá Bruno Sarmento. Obrigada pelas gentis palavras. Volte sempre!
Um abraço.
Olá, td bem?
Gostei mto dessa matéria, e queria ver se vc poderia me passar as referências bibliográficas que vc utilizou para fazer, e se possível a sua própria se este for um artigo.
Agradecido desde já, meu email é: jonasokara2@hotmail.com
Gostei muito do texte, ele vai me ajudar muito no trabalho que estou fazendo com uma criança autista,mas ele tembém tem Sindrome de West e deficiencia mental então eu preciso de mais ajuda. Como conseguir? a minha cabeça estar cheia de dúvidas. Eu estou cursando pedagogia e puxei a eletiva de Topicos em Educação Especiais, que a area que eu gosto, mas a surpresas são grandes e as vezes me deixa insegura. Por favor me ajude, é dificil encontrar textos que falam sobre educação.
OBrigada!
Iolanda
mas estr
Olá Rosa
Pela primeira vez pesquiso sobre autismo, pois hoje foi-me dito pelas terapeutas de fala e comportamento do meu filho de 3 anos e meio que tem autismo, já marcamos consulta para a pediatra para sermos encaminhados de forma a ele ser avaliado por profissionais na área. Quero dar-lhe os parabéns pelo seu blog, e por toda a informação que divulgou sobre o autismo, neste momento estamos a tentar perceber mais sobre a doença, pois já nos tinha passado pela cabeça mas dita directamente pelas terapeutas acordou-nos para esta dura realidade.
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