segunda-feira, março 24, 2008

A Tuberculose na criança e no jovem (parte I)

Comemora-se hoje o Dia Mundial de Luta Contra a Tuberculose.

Actualmente ainda morrem mais pessoas (incluindo crianças e jovens) vítimas de tuberculose (tuberculose multiresistente), em todo o mundo, do que por outra qualquer doença infecciosa.

A tuberculose (TB) mata aproximadamente dois milhões de pessoas por ano, 98% das quais em países em desenvolvimento.

A Organização Mundial de Saúde estimou a presença de 8 milhões de novos casos de tuberculose activa no mundo somente no ano de 1990, com aproximadamente 2,6 milhões de mortes.

Com o surgimento do Síndrome da Imunodeficiência Humana (SIDA) no início da década de 80, o número de casos da doença aumentou bastante.

A tuberculose é mais comum nas áreas do mundo onde há muita pobreza, promiscuidade, desnutrição, más condições de higiene, incluindo uma saúde pública deficitária.
Os países com maior incidência nesta doença são a Índia, a China, a Indonésia, o Bangladesh, a Nigéria, o Paquistão, as Filipinas, o Congo, a Rússia e o Brasil.


Nesta linha de pensamento não é difícil de concluir que aproximadamente um terço da população mundial encontra-se infectada pelo bacilo da tuberculose (bacilo de Koch).

Em condições favoráveis - contacto provável com adultos tuberculosos, apenas com o bacilo de Koch no pulmão e que sejam bacilíferos, isto é, que eliminem o bacilo no ar, através da tosse, espirro ou fala; quem tem tuberculose noutras partes do corpo não transmite a doença a ninguém porque não elimina o bacilo de Koch através da tosse; os doentes com tuberculose que já estão a ser tratados não oferecem perigo de contágio porque a partir do início do tratamento este risco vai diminuindo dia após dia, tendo em atenção que 15 dias depois de iniciado o tratamento, é provável que o doente já não elimine os bacilos de Koch - a TB afecta 40% dos lactentes, 25% de crianças entre 1-5 anos, 15% dos jovens numa população aproximada de 10% de adultos:

Apesar das dimensões que atinge, esta pandemia foi durante muito tempo esquecida pelas entidades competentes em todo o mundo. Em 1990, o fluxo total da ajuda externa para esta doença diminuiu para uns escassos 16 milhões de dólares por ano.

Este facto levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar a tuberculose como uma emergência mundial. Feita há 18 anos atrás, esta declaração foi a primeira do género na história da OMS, tendo gerado um efeito positivo em várias áreas de actuação e junto de várias instituições e financiadores internacionais.

Cerca de dez milhões de tuberculosos completaram com sucesso o tratamento ao abrigo da estratégia DOTS (Directly Observed Therapy Short-Course), uma das mais bem sucedidas iniciativas de saúde pública com baixos custos alguma vez implementada a nível mundial. Esta estratégia não só salvou muitas vidas como reduziu activamente a propagação da infecção.

O número de países que adoptaram e implementaram a estratégia DOTS (Portugal é um deles) atinge já mais de uma centena e meia, cobrindo mais de 60% da população mundial.

A TB na população infantil e juvenil tem preocupado entidades nacionais e internacionais a nível da prevenção na saúde, não só do ponto de vista individual, assim como pela morbidade e sofrimento humano que acarreta e também sob o aspecto colectivo, pois se houver aumento da incidência na infância, significa que as medidas de controle implementadas não são as mais adequadas.

Em Portugal, assistiu-se a uma redução acentuada (cerca de 14%) do nível endémico da tuberculose, directamente associada à melhoria dos índices de desempenho do Plano Nacional de Luta Contra a Tuberculose (PNT), com uma evidente redução da prevalência da resistência aos antibióticos específicos.

Contudo, a situação é menos favorável nas grandes áreas urbanas de Lisboa, Porto e Setúbal, onde se concentra a maior parte dos casos registados no país e onde o ritmo de declínio é mais lento. Nestas áreas, incidem com particular intensidade os mais determinantes factores de risco, com consequente impacto negativo no sucesso terapêutico e no aumento da resistência aos fármacos (TB multiresistente) .

Em relação à União Europeia, Portugal é um dos países com maior incidência de casos notificados e com maior expressão dos aspectos que lhe conferem o carácter de infecção emergente.

Faz todo o sentido alertar para a necessidade de salvaguardar e manter a operacionalidade dos serviços dedicados à tuberculose, de forma a enfrentar a doença com sucesso. Os quatro principais desafios implementados pelo Plano Nacional de Luta Contra a Tuberculose foram:

  • A implementação da estratégia global DOTS;
  • A implementação dos tratamentos personalizados (estratégia DOTS-plus);
  • A intervenção activa na comunidade para cura e detecção de novos casos;
  • e o Plano de intervenção na co-infecção TB/VIH.

Em Portugal, dos serviços dedicados ao tratamento e prevenção da tuberculose, destacam-se os Centros de Diagnóstico Pneumológico.

O que é então a Tuberculose (TB)?

É pois uma infecção causada por um microorganismo chamado Mycobacterium tuberculosis, também conhecido por bacilo de Koch.
A doença costuma afectar os pulmões mas pode, também, ocorrer em outros órgãos do corpo, como os gânglios, os rins, os ossos, os intestinos e as meninges. mesmo sem causar danos a nível pulmonar.

Quais são os sintomas mais comuns?

São essencialmente:

-Tosse persistente, crónica;
-Febre;
-Existência e persistência de suores nocturnos (dos que ensopam o lençol);
-Dores no tórax;
-Perda de peso, lenta e progressivamente;
-Falta de apetite, anorexia, apatia completa para com quase tudo o que está à volta.

Como se transmite a TB?

A transmissão do micróbio da tuberculose processa-se pelo ar, através da respiração, que o faz penetrar no nosso organismo. Quando um doente com tuberculose tosse, fala ou espirra, espalha no ar pequenas gotas que contêm o bacilo de Koch. Uma pessoa saudável que respire o ar de determinado ambiente onde permaneceu um tuberculoso pode infectar-se

Note-se que um espirro de um doente com tuberculose projecta no ar cerca de dois milhões de bacilos. Através da tosse, cerca de 3,5 mil partículas são igualmente projectadas para a atmosfera.

Prevenir é o melhor remédio?

A prevenção é a arma mais poderosa e genericamente usada em todo o mundo.
É feita através da vacina BCG (Bacilo de Calmette e Guérin), que é aplicada nos primeiros 30 dias de vida e capaz de proteger contra as formas mais graves de tuberculose. É, por isso, obrigatória e tomada por milhões de crianças em todo o mundo.

Os doentes com TB devem tratar-se o mais breve possível para que o contágio não prolifere, e as famílias devem estar alertadas para que as crianças e jovens não respirem em ambientes saturados, pouco arejados e pouco limpos.

Bibliografia:


Direcção-Geral da Saúde
Programa Nacional de Luta Contra a Tuberculose
Doenças Transmissíveis
Centers for Disease Control and Prevention – Division of Tuberculosis Elimination -Disponível em Inglês.
Organização Mundial de Saúde – Europa – Centralized Information System for Infectious Diseases – CISIS – Disponível em Inglês, Francês e Alemão.

Stop TB Partnership – Disponível em Inglês.

EuroTB – Surveillance of tuberculosis in Europe– Disponível em Inglês.

quarta-feira, março 19, 2008

Feliz Páscoa para todos ...


Na língua portuguesa, como em muitas outras línguas, a palavra Páscoa (celebrada a 23 de Março, este ano) tem a sua origem no hebraico Pessach (significando passagem).

Curiosamente as datas da Páscoa no ano de 2009 será a 12 de Abril enquanto no ano de 2010 será a 4 de Abril.

O CRIANCICES deseja a todos: amigos(as) e visitantes uma ÓPTIMA PÁSCOA!