sábado, julho 21, 2007

Autismo infantil - Parte II

Causas do autismo:

A causa mais provável do autismo é ainda desconhecida mas suspeita-se de alguns factores tais como:
-A influência genética (o factor com mais peso);
-A poluição do meio ambiente por tóxicos (metais pesados, tais como cobalto, cobre,estrôncio ou zinco);
-As infecções virais (por exemplo, rubéola congénita ou doença de inclusão citomegálica), o síndrome de X frágil (perturbação cromossómica), as
desordens metabólicas (como, por exemplo, fenilcetonúria (carência hereditária de enzimas) ou a intolerância inmunológica;
-As grandes doses de antibióticos administrados nos primeiros 3 anos de vida.


Contudo, pesquisas mais recentes revelam que est
a doença habitualmente é uma doença multifactorial (manifesta-se por vários factores) acontecendo 1 a 5 casos em cada 10.000 crianças, prevalecendo no sexo masculino.

Nas classificações internacionais (
DSM-IV (APA, 1994) encontramos como maniifestações autistas:
Em Portugal, no entanto, a prevalência de autismo nas crianças do Norte do País é menos observada, sendo metade da verificada no resto do país.
Um estudo que
envolveu investigadores do Hospital Pediátrico de Coimbra e do Instituto Nacional Ricardo Jorge - e que recebeu o Prémio Pfizer para investigações clínicas no ano de 2005 - estimava que existisse nessa altura, a nível nacional, um autista por cada mil crianças.
Contudo, existem fortes discrepâncias regionais.
O facto de crianças autistas terem menor representação no Norte pode resultar de diferenças genéticas das populações.


Diagnóstico: É essencial o início de uma educação especial quanto antes, pois quanto mais cedo se inicia o tratamento, melhor é o resultado.
Não há testes laboratoriais ou de imagem que possam diagnosticar o autismo. Assim o diagnóstico deve feito clinicamente, pela entrevista e histórico da criança, sempre sendo diferenciado de surdez, problemas neurológicos e distúrbios mentais.
Uma vez realizado o diagnóstico, a criança deve ser encaminhada para um profissional especializado em autismo, o qual se encarregará de confirmar ou negar o diagnóstico.


Apesar do diagnóstico do autismo não poder ser confirmado por exames, as doenças que se assemelham ao autismo podem.
Assim vários testes e exames podem ser realizados com a finalidade de despistar outros diagnósticos.
Nestes critérios de diagnóstico não podem faltar, pelo menos, três manifestações: poucas ou limitadas manifestações sociais, habilidades de comunicação não desenvolvidas, comportamentos, interesses e actividades repetitivos.
Essas manifestações devem aparecer antes dos três anos de idade da criança.

Tratamento específico:

Para o autismo não há propriamente um tratamento, o que há é um conjunto de treinos direccionados para o desenvolvimento de uma vida tão independente quanto possível.

Os tratamentos passam por uma estimulação e apoio constantes como forma de estimular e fazer com que a criança interaja com o ambiente, com as pessoas e com outras crianças.

Basicamente a técnica mais usada é a comportamental, além desta, alguns programas de orientação aos pais.
Quanto aos procedimentos são igualmente indispensáveis, pois os pais são os primeiros professores destas crianças especiais.


Tratamentos:

Os medicamentos
em algumas ocasiões são úteis, mas não podem mudar a perturbação subjacente, e ficam dependentes de cada situação clínica.
Bioquímico (alergias a comidas, medicação , alimentação e suplementos vitamínicos )
Neurosensorial (integração sensorial (SI) , sobre estimulação e aplicação de padrões , integração auditiva (AIT) , comunicação facilitada (FC) , terapias relacionadas com a vida diária).
Psicodinâmico (terapia de abraços, psicoterapia e psicanálises .
Comportamentais (Ensaios Incrementais ( Lovaas) modificação do comportamento (ABA), TEACCH )
Intervenção através da Educação

NO METODO TEACCH, um dos mais usados, verifica-se a PARTICIPAÇÃO DOS PAIS INTERVINDO NA EDUCAÇAO ou Interagindo com o grupo de alunos e educadores.

A origem da Terapia Assistida com Animais (TAA) remonta a Inglaterra onde, no final do século XVIII, foi aplicada numa instituição, no âmbito do tratamento de doentes mentais ali internados. Em Portugal, a TAA começa a ser uma aposta forte, aplicada por exemplo em crianças com autismo ou Síndrome de Down, e no acompanhamento a idosos e adultos jovens com problemas diversos, quer funcionais, quer psicológicos, ou que, simplesmente, se sintam sozinhos.

DELFINOTERAPIA: ‘Doutores’ de barbatanas


O uso da "
Terapia do Golfinho" para auxiliar no tratamento de crianças autistas ou com défices de origem mental aumenta a capacidade de aprendizagem destas. Além disso, psicólogos vêm adoptando esse tratamento com frequência nos últimos anos.

Há séculos que os humanos têm uma relação muito especial com os golfinhos. A generosidade desses inteligentes mamíferos que vivem nas águas quentes dos oceanos é popularmente reconhecida. Existem várias histórias, acerca de marinheiros salvos por golfinhos, desde a Civilização Grega.

Actualmente os golfinhos estão ajudando crianças que sofrem de doenças como a surdez, o síndrome de Down e o autismo.

O caso mais curioso foi o de um menino britânico de oito anos de idade, Nikki Brice (1998), que nunca havia pronunciado uma palavra porque nasceu surdo. Após três dias de uma terapia especial com golfinhos começou a falar. A história de Nikki soma-se à de centenas de casos de melhoria espantosa obtida com o auxílio desses apaixonantes animais. O sucesso é tão grande que para receber esse tratamento em alguns centros de pesquisa americanos e europeus enfrenta-se uma lista de espera de até sete anos.
Para os médicos e psicólogos do Centro de Terapia Golfinho-Humanos de Miami, ainda não há uma explicação plausível para esse fenómeno. Uma das teorias em estudo, segundo o doutor David Nathanson, que dirige o centro, é a de que os golfinhos usam a sua exclusiva habilidade sonar para identificar desordens neurológicas nas pessoas. É sabido que esses animais têm a capacidade de emitir sons que, ao se refletir em objectos, voltam para eles e são captados pela sua mandíbula inferior, que transmite a informação sonora para o cérebro. Assim, o golfinho consegue formar imagens sonoras baseadas nas diferentes densidades dos materiais atingidos pelo som de seu sonar biológico. Para o neurologista David Cole, que trabalha na equipe de Nathanson, a energia contida nesses sons emitidos pelos golfinhos teria também a capacidade de cura. "É uma energia suficiente para fazer buracos na estrutura molecular de fluidos e tecidos macios", explica. "Então, uma hipótese que começa a tomar forma mostra que esses sons alteram o metabolismo celular do corpo humano, causando a libertação de hormônios e endorfinas, ou mesmo estimulando a produção de células-T (defesa imunológica)."

TERAPIAS COM CAVALOS PARA CRIANÇAS AUTISTAS

As crianças com transtornos de comportamento, dificuldades de aprendizagem ou problemas afectivos, entre elas, os autistas, são os que mais beneficiam da terapia equestre. Este tipo de tratamento deve ser feito sob a supervisão de uma equipa multidisciplinar, sendo o contacto com os cavalos capaz de produzir efeitos positivos que vão desde uma melhor coordenação motora, controlo da postura, concentração até à aquisição de várias competências.

MUSICOTERAPIA:

Nestas crianças, a musicoterapia também é muito importante.

Quem trabalha com crianças e jovens, essencialmente educadores, professores, terapeutas, auxiliares de acção médica, enfermeiros, médicos, psicológos, e outros técnicos sabe que os pais destas crianças referem que a fase mais crítica foi o "reconhecer" que o seu filho é uma criança autista, assinalando que a mesma foi a coisa mais traumática que já lhes aconteceu nas suas vidas.


Acontece que as pessoas têm a tendência a ver o autismo como uma grande tragédia, e os pais das crianças autistas experimentam um contínuo desapontamento e luto em todos os estágios do ciclo de vida da família e da criança.
Contudo esta tragédia que os pais vivem não diz respeito directamente ao autismo da criança. É, na maioria das vezes, mais um luto pela perda da criança dita normal que os pais esperavam e desejavam ter.

As expectativas e atitudes dos pais e as discrepâncias entre o que os pais esperam das crianças numa determinada idade e o desenvolvimento observado no seu próprio filho causam mais stress e angústia que as complexidades práticas da convivência com uma criança autista.
Os pais manifestam dor que é normal, até que os pais se habituem ao facto de que o resultado e o relacionamento que eles estavam esperando, através daquela criança, não se vai materializar.

Mas esta dor pela criança normal fantasiada precisa ser separada da percepção da criança autista que precisa de adultos cuidadosos. O relacionamento destes pais pode ser muito significativo com a criança e com as pessoas que cuidam dela, se lhes for dada oportunidade. Atentar continuamente para o autismo da criança como a origem da dor é prejudicial tanto para os pais como para a criança e impede o desenvolvimento de uma aceitação e de um relacionamento autêntico entre eles.

Os pais terão que fazer mudanças radicais nas suas opiniões sobre o que o autismo significa para eles, para uma melhor convivência com toda a situação que irão vivenciar.



BIBLIOGRAFIA:

sexta-feira, julho 06, 2007

Autismo infantil - Parte I


Os casos de João e Rita (meninos autistas)

O joão

Segundo a sua mãe, João quando bebé era afectuoso e brincalhão. Aos seis meses já se sentava e engatinhava. Com 10 meses começou a andar e aos 13 meses já podia contar. Um dia, com 18 meses a sua mãe encontrou-o sentado na cozinha brincando com as panelas de forma estereotipada (repetindo sempre os mesmos movimentos) e de tal forma concentrado que não respondeu às solicitações da mãe. A partir desse dia a mãe refere que ele se transformou. Parou de se relacionar com os outros, sejam crianças ou adultos. Agora a mãe observa que o João frequentemente corre ziguezagueando pela casa. Fixou-se em lâmpadas eléctricas, e então corre pela casa apagando e acendendo as luzes e se alguém tenta interrompê-lo ele fica bastante agitado, batendo e mordendo em quem se apresentar pela frente.

A Rita


Desde o dia em que nasceu que a mãe refere que a Rita apresenta comportamento dito anormal, pois parecia diferente das outras crianças.
Numa idade em que a maioria das crianças é curiosa e quer ver tudo, a Rita mexia-se pouco no berço e não respondia aos ruídos dos brinquedos. O seu desenvolvimento não se processou normalmente: ficou de pé, antes de engatinhar, e quando andava era na ponta dos pés. Aos dois anos e meio de idade ainda não falava e apenas agarrava os objectos ou gritava pelo que queria. Era capaz de ficar sentada durante horas olhando para um dos seus brinquedos. Durante uma sessão de avaliação passou todo o tempo puxando os tufos do casaco da psicóloga.


Estes dois casos poderiam ser semelhantes a muitos entre os casos de autismo infantil que existem no nosso planeta! O autismo infantil pertence aos distúrbios globais de desenvolvimento. O autismo manifesta-se através de uma tríade de perturbações em três domínios: social, linguagem e comunicação, pensamento e comportamento.
O desenvolvimento social é perturbado, diferente dos padrões habituais, especialmente o desenvolvimento interpessoal. A criança com autismo pode isolar-se mas pode também interagir de forma estranha, fora dos padrões habituais.
A comunicação, tanto verbal como não verbal é deficiente e desviada dos padrões habituais. A linguagem pode ter desvios semânticos e pragmáticos. Muitas pessoas com autismo (estima-se que cerca de 50%) não desenvolvem linguagem durante toda a vida (mutismo).
Observa-se rigidez do pensamento e do comportamento e fraca imaginação social. Na criança autista são frequentes comportamentos ritualistas e obsessivos, a dependência de rotinas, o atraso intelectual e a ausência de jogo imaginativo.

Normalmente o seu início é precoce, pois geralmente inicia-se antes dos trinta
meses de idade. Contudo, podem observar-se indicadores que o processo de desenvolvimento da criança não está a decorrer da forma desejada, mesmo antes dos seis meses.
Os pais e os profissionais de saúde devem estar alertas em relação ao autismo infantil sempre que desconfiem que determinados comportamentos são desadequados na criança.

São os pais que, numa primeira etapa, devem alertar os profissionais de saúde
que algo não está bem com as suas crianças, alertar para o facto das crianças manifestarem um comportamento menos normal e desadequado para a sua idade. Não é de estranhar que, quando as crianças iniciam a pré-primaria, esse comportamento também possa ser detectado pelos professores e educadores, os quais prontamente podem entrar em contacto com os pais ou profissionais de saúde, alertando-os para o facto de que a criança não tem o comportamento mais adequado.


Os médicos, enfermeiros e psicológos, lidam quase diariamente com mães que referem que as suas crianças apresentam comportamentos "incomuns", tais como:
- Não estabelecer contacto com os olhos;
- Parecer ser surdo;
- Tendo iniciado o desenvolvimento da linguagem, esse desenvolvimento é completamente interrompido e repentinamente;
- Age como se não tivesse conhecimento daquilo que acontece com os outros,
- É heteroagressivo sem motivos para isso;
- Torna-se inacessível à comunicação com os outros;

- Em vez de explorar o seu meio ambiente e as novidades, restringe-se na fixação de objectos;
- Quando se fixa num objecto não se fixa como um todo mas fixa-se nas suas partes;
- Apresenta, por vezes, gestos imotivados como o balancear das mãos ou então balancear-se;
- Cheira ou lambe os brinquedos;

- Aparentemente mostra-se insensível aos ferimentos podendo mesmo autoagredir-se;

Bibliografia:

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 1980;
Barthélemy et al (2000) - Descrição do Autismo - International Association Autism-Europe
DELONG, BEAU, BROWN, 1981
ORGANIZAÇÀO MUNDIAL; DE SAÚDE, 1993

Links importantes:

http://dislexia.do.sapo.pt/autismo.html

http://violada_mas_nao_vencida.blogs.sapo.pt/15365.html

http://iuri-alex.blogs.sapo.pt/1319.html

Associação dos Amigos da Criança Autista

Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo

segunda-feira, julho 02, 2007

Uma das 7 maravilhas da blogosfera?...

Tendo sido nomeada pelo blog Um poema de vez em quando, no Prémio Blog com Tomates, a gentileza do Vítor não se ficou por ali, pois ainda nomeou este blog como uma das 7 maravilhas da blogosfera!Trata-se de uma nomeação simpática (que somente a poderei fazer a título de informação ... porque já a fiz no limite - 01/07/07), que me lisonjeia, mas que, no meu caso, é uma qualificação algo desmedida....
A ideia partiu daqui e visa reconhecer publicamente o esforço, a dedicação e o talento para a arte de blogar de alguns dos nossos congéneres.
Porque eleger é sempre excluir, razão pela quel escolher se torna sempre díficil, vou excluir todas as outras maravilhas que o meu leitor de RSS assinala sempre que ocorre uma actualização (refiro-me a alguns dos links da barra lateral e uma dúzia de blogues que ainda não tive oportunidade de actualizar mas que se encontram dentro da pasta dos meus favoritos), as minhas maravilhas da blogosfera são as seguintes:

...............................
No dia 07.07.2007 serão anunciados os vencedores e disponibilizadas todas as votações.
Na minha opinião, MARAVILHA, MARAVILHA é ter-vos como amigos e visitantes virtuais, independentemente de nomeações, sejam elas quais forem, pelo carinho e dedicação demonstrados nos comentários deste blog !!!!!




OBRIGADA!!!!

A partir de hoje posts com referências a nomeações e nomeados que tenham a ver com o Criancices poderão ser visualizados em: Prémios do Criancices